Medicina é vocação.....

A arte de diagnosticar encanta muitos, mas poucos são os escolhidos para essa área tão brilhante e entediante..............

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Final de um ciclo...

Acabou.......
O primeiro semestre do internato se foi e com ele os dois rodízios mais carregados e mais difíceis.
A cirurgia foi um internato proveitoso e bastante prático...
Porém foi na Ginecologia que mais colocamos a mão na massa, literalmente, partos e mais partos... Final de semana sozinho e sem residente, era para fazer a festa mesmo...
De madrugada chama o staff, porém até ele levantar o bebê já está nos seus braços, e que dádiva ter a primeira vida em suas mãos... E depois que você pega a prática, vira automático, depois de mais de 30 partos, dá para enfrentar um parto normal sozinho em um interior sem obstetra...
Mas é necessário muita prática mesmo para alcançar a perfeição dos movimentos e da técnica correta.
Mas Internato de GO não é só isso, os ambulatórios de Oncologia, Pré-natal, alto risco, climatério, etc foram super proveitosos, os centro-cirúrgicos também, sem falar nas enfermarias com visitas cheias de conteúdo e aprendizado.
Mas acabou... Para encarar essa vida de Ginecologista e Obstetra tem que ter muita disposição, mas acho que ainda não é isso que quero, espero me decidir definitivamente no próximo rodízio -  que venha a clínica com suas intermináveis enfermarias e as longas conversas com os pacientes para chegar ao diagnóstico correto: A clínica é soberana!!! E com esse lema espero entrar de pé direito no rodízio da Clínica Médica e decidir sobre o que fazer de Especialidade, afinal a Residência Médica já está aí batendo na minha porta!!!
E que venha a Clínica....

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Internato Médico de Ginecologia e Obstetrícia

Acabou o internato de Cirurgia, com um aproveitamento não tão bom, mas o importante foi passar... A bolsa do prouni deixa minha cabeça na Força todo semestre, ou passa ou passa, então agora o importante é passar, não teria dinheiro para reprovar!!!
Mas acabou, e depois de um dia de folga começou o internato da Ginecologia e Obstetrícia...
Um dos mais importantes de todo o curso, afinal, todo médico um dia vai se deparar com uma mulher parindo e não dá para dizer chame o Ginecologista, parto é procedimento médico... A criança nasce sozinha, com a sua ajuda ou não, seu dever alí é apenas auxiliar!!!
A mulher com todas as suas particularidades e problemas é estudada a fundo, desde a infância, passando por a concepção de uma gestação até o climatério, última fase em que se perde os hormônios, perde-se a menstruação, mas passar por essas fases com dignidade e trazer melhorias para a mulher em todo o seu período é o que aprendemos...
Comecei o internato da Ginecologia na Enfermaria, primeior passamos no Alto risco, depois, agora estamos na Ginecologia e Pós-operatório e finalizaremos o rodízio de enfermaria no Puerpério.
É bem interessante, e mostra uma realidade que fará parte de toda a nossa vida, pois é obrigação do médico passar todos os dias a visita, dar as altas, avaliar pacientes internados por ele... Então já estamos nos acostumando, depois dos plantões noturnos da cirurgia isso parece moleza porque acaba cedo, mas temos que ir de domingo a domingo, avaliar todas as pacientes e dar altas as que estão melhoradas do seu quadro.
Não é uma atividade das mais interessantes, gosto de consultório, procedimento, mas é tão importante quanto para nossa vida acadêmica e do nosso futuro como médicos, porque a cada dia que termina do internato, significa um a menos para a nossa formatura e significa que a nossa responsabilidade de atuar sozinhos e sem orientação fica mais próxima, aí vem aquele frio na barriga. Mas se estamos bem preparados e conscientes que estamos aptos a fazer aquilo, não é preciso ter medo, tem que dar a cara a tapa e seguir em frente no seu trabalho e na realização do seu sonho...
Mas enfim. Gostaria que a Enfermaria acabasse logo, Centro Obstétrico e Ambulatórios são mais interessantes. E daqui a uma semana mudo para essas áreas.. Aí vem de novo, platão noturno, sono perdido, mas é a nossa melhor preparação em jogo. E temos que aproveitar.
Portanto, estou gostando, não tanto que me faça fazer Ginecologia e Obstetrícia, mas é uma área importante!!!

domingo, 28 de agosto de 2011

Genes relacionados à Enxaqueca - Pesquisa publicada na Nature...



Cientistas descobrem genes relacionados a enxaqueca


Cientistas descobriram um trio de genes vinculado com as enxaquecas, inclusive um relacionado exclusivamente com as mulheres, segundo um estudo publicado na revista britânica Nature Genetics.

As enxaquecas são dores de cabeça intensas – às vezes com uma “aura”, na qual os pacientes têm a impressão de olhar através de vidro congelado -, e que afetam cerca de 20% da população.

Os cientistas descrevem a condição, que é três a quatro vezes mais comum entre as mulheres, como uma desordem cerebral em que os neurônios ou células cerebrais respondem de forma anormal a estímulos.

A causa exata é desconhecida, mas acredita-se que fatores hereditários tenham um papel significativo.

Para ter acesso ao componente genético, Markus Schuerks, do Hospital Brigham para Mulheres, em Boston, coordenou uma varredura internacional de genomas com 23.230 mulheres, das quais 5.122 sofriam de enxaqueca.

Os chamados estudos de associação genômica comparam diferenças entre indivíduos nos cerca de três bilhões de pares dos blocos de construção molecular encontrados no código genético humano.

O estudo é o maior do tipo feito até agora. Ele descobriu variações em três genes que apareceram mais frequentemente em pacientes com enxaqueca.

Dois deles, conhecidos como PRDM16 e TRPM8, eram específicos de enxaquecas, e contrários a outros tipos de dores de cabeça.

Além disso, o TRPM8 se vinculava a enxaquecas unicamente em mulheres. Estudos anteriores demonstraram que o mesmo tipo de gene contém o “marcador” genético de um sensor de dor, tanto em homens quanto em mulheres.

O terceiro gene suspeito, o LRP1, está vinculado com a percepção do mundo exterior e em trajetos químicos dentro do cérebro.

- O cérebro de uma pessoa com enxaqueca responde de forma diferente a alguns estímulos, suas células nervosas ‘conversam’ de forma diferente do que os demais, explicou Shuerks por e-mail.

- Muitos neurotransmissores participam desta conversa cruzada e alguns parecem ter um papel especial nas enxaquecas. O LRP1 interage com alguns destes caminhos de neurotransmissores e, portanto, podem modular as respostas nervosas que promovem ou suprimem as crises de enxaqueca.

Nenhuma das variedades genéticas apareceu vinculada especificamente a enxaquecas com ou sem auras.

As descobertas, publicadas na revista Nature Genetics, foram replicadas em dois estudos menores com populações, um na Holanda e outro na Alemanha, e em um grupo clínico acompanhado pelo International Headache Genetics Consortium.

- A herança de qualquer uma das variedades genéticas altera os riscos de enxaqueca em 10% a 15%, disse Schuerks.

A influência destes genes provavelmente não é grande o suficiente para ser imediatamente usado como uma ferramenta de diagnóstico. Mas o resultado “é um avanço na compreensão da biologia da enxaqueca”, afirmou.



Fonte: R7 e SJT

UFRN e suas pesquisas....

Pesquisadores da UFRN desenvolvem técnicas para ajudar vítimas de AVC

Diário de Natal



O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior causa de mortes no mundo, podendo provocar lesão celular e danos nas funções neurológicas dos pacientes. Em Natal, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) trabalha em um projeto que visa a desenvolver técnicas de tratamento e recuperação pós-AVC, através de novas terapias.

O Prodiavc foi iniciado no final de 2010 por professores do Instituto do Cérebro (IC) e Departamentos de Informática e Matemática Aplicada (DIMAP), de Fisioterapia e Psicologia, todos da UFRN.

Pacientes que sofreram AVC são atendidos gratuitamente no setor de Fisioterapia do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). A pesquisa tem como objetivo aperfeiçoar as chances de recuperação neuromotora e cognitiva dos pacientes que sofreram AVC.

“É um serviço gratuito de qualidade para tratamento fisioterápico de AVC, que busca também contribuir para o avanço nas pesquisas. Nós intervimos para melhorar as perspectivas de recuperação de pacientes”, explica o professor Antônio Pereira, do Instituto do Cérebro (IC).

Dentre o mecanismos utilizados no projeto está um jogo de videogame que consegue ajudar na promoção da regeneração cerebral e estimula a recuperação motora. O jogo Alice no País das Mãos foi desenvolvido por alunos e professores do Departamento de Informática e Matemática Aplicada, e serve de base para a pesquisa para uma mestranda em Psicobiologia.

Os jogos foram desenvolvidos exclusivamente para esse projeto. Até agora, seis pacientes já foram atendidos no setor, que possui capacidade de atendimento de até 32 pacientes por semestre. As sessões acontecem três vezes por semana, com uma hora de fisioterapia e mais 30 minutos de atividades com jogos.

Além do trabalho com jogos, o Prodiavc desenvolve outros projetos de pesquisa que ajudam na recuperação dos pacientes, como o Terapia do Espelho, desenvolvido por uma pós-graduanda do IC, o de Divulgação e Educação sobre AVC, realizado por uma aluna de psicologia, e ainda outros trabalhos na área de Fisioterapia. Outro projeto é do Uso da Realidade Virtual na Neuroreabilitação pós-AVC realizado por um doutorando do IC.

Para receber atendimento nesse serviço, o paciente precisa ser encaminhado pelo médico que o acompanha após o AVC, mostrando a necessidade de acompanhamento da Fisioterapia do HUOL, onde funciona o Prodiavc.

Fonte: Site do SJT

Internato Médico de Cirurgia

A fase mais esperada da vida de um estudante de Medicina é o período que antecede a formatura conhecido como Internato Médico. Na minha facul, começamos pela cirurgia ou pela Ginecologia e Obstetrícia, pois a turma se divide ao meio, e aqueles 40 estudantes que passaram 4 anos e meio de sua vida juntos agora se dividem e tem quase nenhum contato entre eles.


A minha metade da turma começou pela cirurgia....... A maior carga horária, plantões toda semana, jornada corrida e a certeza ou incerteza de ter escolhido a profissão correta pois é onde se entra em contato com secreções orgânicas, ocorre as primeiras mortes, aprende-se coisas básicas de pronto-socorro e como ajuda está com o ATLS na ponta da língua, difícil é colocar em prática, mas isso aprende-se com o tempo.


Já foi um mês e meio de Internato, falta mais um mês. E com certeza algumas entrelinhas de livros como o Sabinston vc tem que saber, mas principalmente está com o conteúdo NA PONTA DA LÍNGUA para as visitas na enfermaria de: HÉRNIAS, APENDICITE, COLECISTITES E COLELITÍAS, TUMORES DIVERSOS DO TRATO GASTRINTESTINAL, TROMBOSE VENOSA PROFUNDA, PROFILAXIA DE TROMBOEMBOLISMO, RESPOSTA METABÓLICA AO TRAUMA, ACESSOS, DRENAGENS, SONDAGENS, PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS, ETC. Enfim, assuntos básicos da cirurgia têm que saber, classificações, tipos de cirurgias... Para não dizer na frente do staff, nossa não sei..... Professor o senhor me pegou nessa....


Ou seja, apesar de que quando vc roda na cirurgia, e está em casa, não existe outra vontade que não durmir, o estudo tem que fazer parte dessa trajetória...


A residência vem aí, próximo ano, e vc não pode chegar na prova e pensar, nossa não sei disso... Tá certo, que a disciplina de cirurgia foi há 2 anos, esqueceu as páginas do Sabinston que se decorou para a prova....... Mas está na hora de relembrar tudo e estudar bastante...


Fica a dica..... e vou tentar postar alguns resumos das matérias do internato....

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Congresso Brasileiro de Neurocirurgia da ABNC


Entre os dias 19 a 23 de Abril de 2011, na cidade maravilhosa de Natal - RN, aconteceu o congresso brasileiro da Academia Brasileira de Neurocirurgia com diversos palestrantes internacionais, participação dos meus queridos professores, e também apresentação de 3 posters de minha autoria.
Gostei bastante das discurssões sobre trauma, oncologia, neurocirurgia pediátria, endovascular e abordagem sobre Neuralgia do Trigêmio.
O dr. José Luciano, organizador do evento está de parabéns pela dedicação e pela equipe escolhida o que foi responsável pelo sucesso do evento.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

PISO SALARIAL DOS MÉDICOS EM 2011

REPASSE AOS MÉDICOS: PISO SALARIAL 2011
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> VAMOS DAR INÍCIO AS LUTAS DE MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO!!!
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> URGENTE!!!
> Repassando:
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> FENAM divulga piso salarial dos médicos para 2011
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> É de R$ 9.188,22 o piso salarial dos médicos em 2011, para uma jornada de 20 horas semanais de trabalho. O valor, que passou a vigorar em primeiro de janeiro, é resultado da atualização monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - (INPC), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecon�?micos - (DIEESE), cujo índice acumulado em 2010 foi de 6,91%.
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> Prezados Colegas Médicos do Brasil
> Tendo em vista o piso salarial da categoria, estabelecido legalmente pela entidade representativa máxima da categoria em território nacional, venho fazer um desabafo de um colega recem-egresso da residência médica e pedir-lhes uma breve reflexão:
> - Se ninguém recebe o valor do PISO SALARIAL, é porque alguém aceitou trabalhar por valor inferior ao mesmo
> - Um Delegado de Polícia (Civil do DF ou Federal) tem salário inicial de 15.000,00 mensais
> - Um Promotor de Justiça inicia a carreira ganhando 16.000,00 por mês
> - Um Juiz de Direito não trabalha por menos de 20.000,00 de subsídio
> Todos esses profissionais acima estudam obrigatoriamente 5 anos de faculdade de Direito, não são obrigados a fazer residência médica, e recebem gratuitamente carro, secretária, material de escritório, sala, água, luz e telefone para exercerem suas atividades. Muitos deles tem motorista e celular funcional gratuitos, além de inúmeros outros benefícios, como aposentadoria integral, tempo reduzido de contribuição, regalias quanto a plano de saúde institucional, moradia subsidiada, etc....
> Por que será que todas essas categorias tem tanto ? Em uma única palavra: UNIÃO !!!
> A Policia Civil do DF tem os maiores salários do País, entretanto faz greve ou ameaça de greve todos os anos, sempre na época da sua data-base. Curiosamente, seu salário (ou subsídio, como preferem alguns), é rejustado religiosamente todo ano. Não por acaso, a cada 4 anos, um delegado é eleito Deputado Federal, e o mesmo tem como compromisso inadiável defender o reajuste (ou ataulização) anual da remuneração de sua categoria.
> Recebi recentemente algumas propostas RIDÍCULAS de trabalho, as quais quero citar aos nobres colegas:
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1) Proposta A: Clínica de especialidades médicas, com faturamento via PJ, sobre os quais a empresa me repassaria 40% e ficaria com 60% (supostamente para cobrir custos operacionais, de faturamento, impostos, publicidade, água, luz, telefone, secretárias, material de consumo, etc....)
>
2) Proposta B: Clínica Ortopédica com nome já consolidado na cidade: ofereceu-me a quantia líquida de R$ 18,00 (isso mesmo DEZOITO REAIS) por paciente, argumentando que o outro ortopedista que trabalha lá marca um paciente a cada 5 minutos, ou seja 12 pacientes por hora, pois já conhece os casos e a maioria vai só para retorno, atestados e relatórios. Sugeriram-me ganhar no volume, atendendo 60 pacientes num período de 5 horas, o que me renderia 1080,00 por turno. Informei-lhes de que não sou tão competente quanto o colega, e que para poder realizar uma boa anamnese, exame físico completo, registro adequado no prontuário, prescrição, solicitação de exames e explicações ao paciente gasto no mínimo 20 minutos por consulta, sendo o ideal um paciente a cada meia hora, o que me permitiria atender no máximo 10 pacientes por 5 horas (ganharia penas 180,00 por turno). Agradeci a oferta. Na minha opnião o que certamente me renderia tal situação seria: 60 pacientes insatisfeitos, que sairiam de lá procurando outro profissional que pudessem ouvi-lo e trata-los com o mínimo de decência. Para ganhar 18,00 a consulta ou 36,00 a hora ganho mais em ficar estudando para prestar um melhor atendimento aos que tiverem a oportunidade de serem atendidos por mim.

> 3) Proposta C: Clínica pertencente a um Plano de Saúde: Ofereceram-me R$ 20,00 por consulta, com horário livre a minha escolha, número de pacientes conforme minha capacidade de atendimento. Apesar de um pouco melhor que a anterior, acredito ainda ser absurda. Para lavar meu carro pago 20,00 por semana a um senhor que não estudou nem a 4ª série, para cortar meu cabelo pago 30,00 uma vez por mês a um amigo que apesar de muito competente, tem agenda lotada e demora 20 minutos em seu serviço. Um prato de comida em restaurante do shopping, ou um combo sanduíche + fritas + bebida + sobremesa custa mais que 20,00. Para ter passada uma trouxa de roupa de 5 dias ou para uma faxina semanal em minha casa, pago 50,00 ( ou duas consultas e meia). Sem querer menosprezar ninguem, mas nenhum deles tem uma vida, uma função ou um órgão sob sua responsabilidade. Não tem que responder perante um juiz caso se
> u serviço não fique a contento, muito menos deverão pagar indenizações financeiras por insatisfação do cliente.
>
4) Uma empresa de Medicina do Trabalho solicitou curriculum e pretensão salarial. Enviei o meu e disse que o valor a ser pago era no mínimo o do PISO SALARIAL da FENAM. Curiosamente ainda não me retornaram. E sinceramente, não espero que retornem.
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> Se nossos colegas médicos se unissem, assim como fizeram os pediatras recentemente em Brasília, e NÃO ACEITASSEM trabalhar por valores vis, estariamos certamente dando muito menos plantões noturnos e nos finais de semana, trabalharíamos menos em locais com condições precárias, seriamos muito menos desrespeitados por profissionais de outras categorias. Enfim, cabe somente a nós, MÉDICOS, termos a UNIÃO necessária para podermos
>
> Minha prosposta aos MÉDICOS DO BRASIL é de recusarmos QUALQUER OFERTA DE TRABALHO que não pague o PISO SALARIAL DA FENAM ou a tabela da CBHPM.
>
> Isso equivale a R$ 9.188,22 por 20 horas semanais; ou R$18.376,44 para 40 horas semanais
> Dividindo, tal valor corresponde a R$ 107,35/hora ou seja : R$ 644,10 por turno de 6 horas; ou R$ 1288,20 por plantão de 12 horas
> Considerando uma média de 2 consultas bem feitas por hora, daria R$53,68 por consulta, um valor mínimo condizente com a tabela CBHPM.
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>
> A princípio parece utópico, mas se esse email circular para todos os médicos do país e ninguem trabalhar por valor inferior, os empresários terão que aumentar os valores oferecidos, ou então terão que permitir que os próprios médicos faturem suas consultas diretamente, excluindo os intermediários ( que são quem realmente lucram com nosso trabalho).
>
> Cabe ainda aos CRM�?s e Sindicatos dos Médicos do Brasil fiscalizar a remuneração oferecida, não permitindo que tais valores incrivelmente reduzidos obriguem nossos colegas a ter que literalmente " tocar fichas" o que reduz o tempo de consulta, prejudica o exercício ético da medicina e aumenta a chance de erros por parte dos profissionais.
>
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Carta da SOGIMIG aos médicos

Carta de Belo Horizonte aos Ginecologistas e Obstetras do Brasil

Considerando o atual panorama da Medicina brasileira, no qual encontramos grande quantidade de problemas e conflitos tanto no sistema privado quanto público - sem que as autoridades sanitárias ofereçam soluções - e considerando, ainda:
- que a saúde suplementar atende, atualmente, 25% da população brasileira e a Agência Nacional de Saúde (ANS) não regula relação entre os prestadores de serviços (nós, médicos) e as operadoras;

- que o número de escolas médicas no Brasil cresceu de forma desordenada e exibe um universo de recém-formados sem a devida qualificação e capacidade técnica para prestar os devidos cuidados de saúde à população;

- que a Residência Médica, nos moldes atuais, também apresenta uma série de deficiências e não tem conseguido formar adequadamente os especialistas, além de oferecer proporcionalmente reduzido número de vagas para os 17.000 médicos que se formam atualmente no Brasil;

- que as entidades médicas no plano nacional tem se esforçado para defender os interesses dos médicos em todos os aspectos, sejam eles financeiros, técnicos, administrativos ou éticos, mas tem encontrado inúmeras dificuldades diante da melhor organização das operadoras de saúde e da inoperância do legislativo e do próprio governo;

- que o cenário atual da nossa especialidade, além de vivenciar todos os problemas nacionais, possui ainda questões específicas, tais como: alta incidência de processos éticos e jurídicos; baixa remuneração nos planos de saúde; não valorização da especialidade; falta de plantonistas nas maternidades; conflitos com outros profissionais de saúde na assistência obstétrica;

- que, na cadeia de valores do setor saúde os médicos encontram-se em situação desfavorável na correlação de forças para a precificação de seus honorários que, em decorrência disso, estão completamente aviltados, pois as operadoras (e o SUS) terminam por definir unilateralmente o preço dos nossos procedimentos;

- que as entidades que regulamentam a Saúde Suplementar (ANS, CADE, ANVISA, SDE e outras) não têm manifestado interesse algum em nos ajudar ou mesmo de mediar as relações entre nós, prestadores de serviços de saúde e as operadoras, transmitindo-nos a sensação de que estão dominadas por ressentimento contra médicos;

- que a ANS, atualmente, tem diversos representantes de planos de saúde na sua diretoria e nenhum representante das entidades médicas;

- que em vários cenários, como no movimento pela implantação da CBHPM, ou movimentos isolados de médicos de diferentes especialidades – tentando negociar em grupo com os planos de saúde – fomos denunciados por diversas entidades ao CADE como membros de cartel, e ficamos impedidos de negociar, enquanto as operadoras se organizaram em grupos, sem nenhum impedimento;

- que, hoje, temos plena consciência de que ninguém, ou nenhuma entidade, fará alguma coisa por nós, a não ser nós mesmos, os médicos, e por mais justas que sejam nossas reivindicações, temos que sair do papel de vítima e nos tornar protagonistas da nossa
própria história;
a SOGIMIG decidiu realizar o II Fórum de Defesa Profissional e de Honorários Médicos, que ocorreu no dia 06 de novembro de 2010. O evento foi sucesso de público e muito rico do ponto de vista dos debates dos diversos temas selecionados para discussão. Houve representativa presença de profissionais de Belo Horizonte e do interior de Minas Gerais, assim como representantes de federadas de vários estados do Brasil, entre elas: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
Foram aprovadas várias recomendações nesse II Fórum de Defesa Profissional e de Honorários Médicos. Os participantes solicitaram que fosse realizada divulgação em âmbito nacional, para que possamos avançar na busca de melhores honorários e condições de trabalho e de valorização da nossa especialidade, com o objetivo principal de resgatarmos nossa dignidade como profissionais que prestam cuidados de saúde às mulheres brasileiras.

Foram aprovadas as seguintes recomendações:

1- Divulgar o fórum de defesa profissional em todas as federadas e estimular a Febrasgo a realizar um grande fórum de defesa profissional e de honorários médicos.

2- Cobrar das entidades médicas ações mais eficientes para implementação da CBHPM por todas as operadoras de saúde.

3- Tendo em vista que as operadoras se profissionalizaram nas negociações com os prestadores de serviços, devemos, também, nos profissionalizar, criando setores/ departamentos/ grupos de trabalho nas entidades médicas, com profissionais de diferente formação (advogados, estrategistas, administradores, atuários negociadores, lobistas e outros) para discutirmos com as operadoras a correção dos valores dos procedimentos médicos.

4- O "Termo de Consentimento Livre e Esclarecido" não impede que exista "processo" contra médicos, mas devemos aplicá-lo, sobretudo, nas intervenções cirúrgicas, de modo individual e não geral, como os que existem nos hospitais. Se a paciente e sua(s) testemunha(s) assinarem o Termo de Consentimento, não poderão alegar que desconheciam os riscos. Assim, em caso de processo judicial, a defesa do médico se torna mais embasada. Deve ser destacado que o Termo de Consentimento não pode se sobrepor à expertise profissional, jamais negligenciando a boa relação médico paciente. O Termo de Consentimento, quando utilizado, deve estar pautado nos pilares da atenção, conhecimento, cuidado, lealdade e paciência para com as necessidades da paciente.

5- Faz-se necessária, com urgência, a organização do atendimento obstétrico na saúde suplementar, com normas claras para a organização de plantões nas maternidades privadas, incentivando equipes e serviços que melhore os resultados obstétricos e
neonatais.

6- Tendo em vista que a aposentadoria especial já não mais existe para todos os médicos, foi sugerido que façamos nossas contribuições sempre no teto máximo e pelo máximo tempo possível, para que possamos ter melhor remuneração no futuro.

7- Para aposentarem recebendo o teto máximo do INSS, que hoje é de R$3.467,40, as mulheres necessitam contribuir por 30 anos, ou mais, e ter pelo menos 60 anos de idade; e os homens devem contribuir por 35 anos, ou mais, e ter pelo menos 65 anos de idade. Além disso, é necessário que tenham recolhido pelo menos durante 156 meses (13 anos) para o INSS com o teto máximo mensal (veja com seu contador qual o valor correto). A aposentadoria especial (aos 20 anos de contribuição para as mulheres e aos 25 para os homens) somente existe para médicos que trabalham em ambientes de risco durante todo o tempo de contribuição.

8- Foram enumeradas várias ações que devemos implementar junto às operadoras e planos de saúde com o intuito de melhorar nossos honorários, tais como:
a) Manter vigilância contínua;

b) promover fóruns constantes para discussões sobre Saúde Pública e Suplementar;

c) procurar decidir conjuntamente, médicos, hospitais, cooperativas e entidades médicas;

d) defender a negociação conjunta, não permitindo desvincular reajuste de consulta e procedimentos;

e) lutar pela implantação e precificação da CBHPM em toda a saúde suplementar e também no SUS;

f) acompanhar constantemente a política da ANS;

g) sensibilizar a população em favor do médico;

h) trabalhar na tentativa de diminuição de custos;

i) não assinar novos contratos com operadoras de saúde que se recusem a atender nossas reivindicações.

9- Criar o “lobby do bem”, o que significa estabelecer relações políticas nos planos municipal, estadual e federal, no sentido de fortalecer contatos com políticos favoráveis às nossas reivindicações. Ao mesmo tempo, foi também aprovado que as relações que já tenham porventura sido estabelecidas entre médicos e personalidades públicas em cargos estratégicos e de poder no país sejam mapeadas e também utilizadas para essa finalidade.

10- Criar grupo técnico para produção, organização e divulgação de indicadores/índices nacionais de desempenho do setor saúde, ligado a honorários médicos, em âmbito regional e nacional.

11- Para o médico ter salário mensal de R$7.503,00, defendido pela Federação Nacional dos Médicos (FENAM) como o mínimo para a categoria, por 20 horas de trabalho por semana, a consulta em ambulatório, no qual o médico não tem custo algum, atendendo consulta de 40 em 40 minutos, incluindo os retornos, não remunerados, deverá ser de R$67,50. No consultório do médico, este valor depende de suas despesas (secretária, telefone, energia elétrica, material de consumo, impostos, taxas, etc.) e do imobilizado (imóvel, moveis, equipamentos, etc.). Para um consultório de nível médio, na região hospitalar de Belo Horizonte, deveria ser de pelo menos R$95,00. Quanto você está recebendo? Sabe qual é o resultado de seu trabalho? Veja os cálculos no Portal da SOGIMIG (www.sogimig.org.br).

12- A respeito da disponibilidade e exclusividade do atendimento obstétrico na assistência ao parto, concluiu-se que é uma relação autônoma entre o médico e a cliente que o escolheu, o que permite a livre contratação do seu trabalho sem a interferência dos planos de saúde. Ficou claro nas discussões que o obstetra tem relação de trabalho que difere das outras especialidades e os planos de saúde devem deixar muito claro para as pacientes que eles GARANTEM O PARTO COM O MÉDICO DE PLANTÃO e que nenhum médico conveniado tem obrigação de prestar atendimento fora do seu horário de trabalho no consultório.

13- Definir orçamento nas Federadas e Febrasgo para a Defesa Profissional.

14- Cobrar regulamentação da profissão do médico em âmbito nacional, para a aprovação da Lei do Ato Médico.

Belo Horizonte, 6 de novembro de 2010